CON-VIVÊNCIA ABSTRATO CONTEMPORÂNEA



COLETIVO DESMEMBRADO
CONVIVÊNCIA ABSTRATO CONTEMPORÂNEA
É um abstrato do nosso tempo. “Ser daqui ou estar aqui”. Tropical absurdo.
É entendível sem explicação. É uma arte de pretensão. Sem medo de arriscar. Arte nova. Não é uma arte de manifesto nem panfletária. Pro saúde pro humano. Por isso usamos protetor solar e não dirigimos quando bebemos. Quando possível fazemos o reaproveitamento do que pode ser reaproveitado. Artevida.
É diluído nas mil formas de possibilidades que nem o próprio vivenciador é capaz de enumerar. É a arte do tentar experienciar e não chegar, ou parar onde quiser. Convivência abstrato contemporânea. Demanda um posicionamento de abstração do olhar analítico requerendo da pessoa um mergulho no sensível. É transmutador da percepção total = corpovida. Tende para o coletivo, mas é possível uma vivência individual, querer é poder. Por exemplo, você pode ter uma experiência abstrato contemporânea num jardim de flores, ou numa casa repleta de mosquitos.
São possibilidades secretas embaladas pelo comum do dia a dia.
Diálogo verbal sinestésico simbólico, mas compreensível apesar de etéreo-sincrético (ou não) “se reverberou ou não reverberou o olhar”. É como removedor. A substituição da acetona pelo removedor tem os princípios básicos da composição química da convivência abstrato contemporânea. “Dissolução da pintura que ganha ênfase na obra”. Há uma surrealidade da abstrato contemporânea. A gente quer o enigma –  a esfinge é também popular. Se pega no ar.
Existe um arquivo musical dançante da convivência abstrato contemporânea: é de Pedro Índio até o coreógrafo Luis Felipe Barbosa. De Banda Eddie a Banda Eva (“como se eu fosse flor você me cheira” é por excelência abstrato contemporânea). É musica para nossos ouvidos os burburinhos nas janelas misturados aos cheiros quentes. É a soneca infantil no meio da tarde ou no meio da manhã. São os meios.
Existe uma reflexão da situação da experiência, mas não o conceito. Requer uma mudança na trincheira. O que está do outro lado pertence ao que está aqui e vice versa. Existe o outro lado mas não há trincheira. É a antropofagia do tropicalismo, “um pouco da produção dos anos 80” e o regorgitar, vomitar e ruminar de tudo e qualquer coisa. Pode tudo só não pode qualquer coisa.
Errou voltou: as distâncias são percorríveis. Seja bravo. Pedra cravada no espeto é dureza. É o ir e vir do corpo dentro do ônibus: perder o controle e ainda assim ser duro na queda. Sem conceito algum para ser livre de moldes. Faz a fôrma. Soca, pica, arranha. Agressividade da cor indigesta. O gesto fala, imprimindo desejos. O experimentalismo visceral do ato de fazer. Movimento mamulengueiro.


Residência Deslocamentos: Vivência, Arte e Ambiente

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